domingo, 10 de fevereiro de 2008

Casa de Pedra

Eu tinha me esquecido que detestava o clima desse lugar. Fiquei exatos 30 minutos lá dentro. Tempo suficiente para tijolar meus braços em duas travessias (eu estava sozinho sem ninguém para dar segurança) e ver pelo menos umas 10 demonstrações de testosterona montanhística, com caras forçudos, sem camisa (pelo que andei vendo, parece que hoje em dia é obrigatório escalar rocha sem camiseta, seja lá onde for - nada contra, mas convenhamos... escalada em rocha não é surf ou pelada de várzea com direito a pagode, porra) fazendo vias escabrosas, ansiosos pela atenção de todos os presentes. Um espetáculo de exibicionismo e competitividade extrema. Mas o ambiente não era competitivo apenas entre os meninos. As meninas, também. Todas saradinhas, com barriguinhas e roupinhas apertadas, escalando e terminando as vias com aquelas caras de "tsc, eu faço isso aqui todo dia e sou foda pra caralho...", e algumas pagando pau para os "masters of stone" locais. Em resumo: um climinha de competitividade e exibicionismo escroto, que nada combina com montanhismo (ou será que combina?) e que me dá uma preguiça danada.

Ah, sim, sem falar na musiquinha descolada (e alta demais para o meu gosto) a incomodar os ouvidos. Na balada ou no iPod, vá lá... Foi broxante. Definitivamente vou ter que montar o muro aqui em casa se quiser escalar fora das montanhas, nos dias ou finais de semana curtos. Tenho a impressão de que realmente me tornei um estranho no ninho. O montanhismo sempre foi muito competitivo e cheio de estrelinhas, mas a imensidão espacial das montanhas os deixavam relativamente longe dos olhos. A aglomeração de pop-stars de hoje, num ambiente com poucos metros quadrados, definitivamente me deixou enjoado.